Nada nos parece tão árduo que o processo de encontro consigo mesmo. Se não fosse tão árduo, não tentaríamos fugir desse encontro com todas as manobras que fazemos para evitar pisar nesse terreno pedregoso e escuro, que machuca os nossos pés e ofuscam os nossos olhos.
Parece-nos melhor nos distrair com todas as distrações que o mundo tem a nos oferecer, e veja, que nunca houve em outra época tantas possibilidades de distrações como no mundo pós-moderno com suas multiplicidades de imagens, objetos, de informações, de possibilidades de se viver. São tantas possibilidades que as pessoas se perdem nesse emaranhado de distrações e acabam por perderem-se também, a si mesmas.
De fato, nunca foi fácil o encontro consigo mesmo, tanto que foi alvo de discussões, de estudos e aprofundamentos entre os filósofos, os santos e espiritualistas de todas as gerações.
Como disse o terreno é pedregoso, a noite é muito escura, e o sol torna-se frio. Para aventurar-se a esse encontro é preciso muita coragem. A coragem servirá para apoia-lo quando o caminho estiver muito pesado e difícil. É preciso também muita vontade, um desejo muito íntimo de conhecer a pessoa mais bela e sublime que existe dentro de você mesmo. A vontade o empurrará para o início da caminhada mas somente poderá conduzi-lo até o fim, se houver a "Paciência". Sim, sem a paciência, de fato você desistirá diante de tamanho silêncio, tamanho frio da alma, enquanto o mundo grita, assobia, e vive em tamanha ansiedade.
No caminho de encontro consigo mesmo é preciso o silêncio... Silêncio para ouvir a alma, ouvir seu corpo com as batidas do seu coração... É preciso silenciar a mente, silenciar os desejos do ego e encontrar um lugar de nada sentir fora a quietude da alma e do ser.
O caminho de encontro consigo mesmo, de fato, não é nada fácil, mas para os que se aventuram a segui-lo, num mundo onde as pessoas andam agitadas, ansiosas e infelizes, onde os valores tornaram-se imersos na superficialidade, para tanto, o encontro com o seu centro, com fundo do seu ser, o leva a plenitude e somente na plenitude se é realmente feliz.
Na plenitude não há apego, não há medo, não há tristeza, não há morte, porque o seu centro é feliz e nada pode abalá-lo. Na plenitude do seu ser, não há ganância, não há barulho, não existe ansiedade, não existe ambição, há somente quietude de alma, transparência, alegria e felicidade.
É na plenitude que o homem se torna realmente "ser humano" no sentido amplo que essa palavra referencia.
Diríamos então, que esse é um caminho de luz, sim... é um caminho de luz. Depois das pedras no caminho, da noite escura da alma, do suor, do cansaço... depois de toda a inquietação enfrentada pela alma... encontra-se a luz e a luz é plena de felicidade. Nada mais o pode inquietar. O caminho é árduo, mas a luz no final do túnel é a mais clara e bela de todas as luzes.
Há muitos que aventuram-se nesse caminho, mas, há muitos que desistem na primeira etapa do mesmo, outros na segunda e assim por diante, mas há muitas e muitas pessoas que andam obscuros atrás de máscaras que escondem o seu verdadeiro ser. Máscaras essas, que impedem que o outro a enxergue como realmente é... e pior, impede que ela mesmo se enxergue em sua essência o seu ser.
As máscaras são inúmeras e variadas e muito fáceis de se obter, mas, o caminho de encontro consigo mesmo não é nada volátil, muito menos fácil de se obter. Pelo contrário, é preciso muita coragem... vontade... paciência... persistência e perseverança.
No final do túnel há uma luz... Aventure-se!!!
Para completar esse texto segue abaixo palavras de Paulo Coelho sob o título: "Sabendo esperar".
O guerreiro da luz precisa de tempo para si mesmo. E usa este tempo para o descanso, a contemplação, o contato com a alma do mundo. Mesmo no meio de um combate, ele consegue meditar.
Em algumas ocasiões o guerreiro senta-se, relaxa, e deixa que tudo que está acontecendo ao seu redor continue acontecendo. Olha tudo a sua volta como se fosse um espectador, não tenta crescer nem diminuir – apenas entregar-se sem resistência ao movimento da vida.
Aos poucos, tudo que parecia complicado começa a tornar-se simples. E o guerreiro se alegra.
O guerreiro da luz contempla as duas colunas que estão ao lado da porta que pretende abrir. Uma se chama “Medo”, outra se chama “Desejo”.
O guerreiro olha para a coluna do Medo, e ali está escrito: “você vai entrar num mundo desconhecido e perigoso, onde tudo que aprendeu até agora não servirá para nada”.
O guerreiro olha para a coluna do Desejo, e ali está escrito: “você vai sair de um mundo conhecido, onde estão guardadas as coisas que sempre quis, e pelas quais lutou tanto”.
O guerreiro sorri – porque não existe nada que o assuste, e nada que o prenda. Com a segurança de quem sabe o que quer, ele abre a porta.
Ela se incomodava com o ritmo do tempo e achava injusto a maneira como agia o tempo. Ela queria que o tempo parasse em alguns momentos e que ele voasse em outros. Ela queria que aquela noite fosse mais longa e aquele dia não acabasse jamais. Sim, ela queria não precisar acordar tão cedo naquela hora e preferiria ir dormir já na alta madrugada! Ela queria que aquela inquietação interior que a puxava para dentro de si tivesse em harmonia com o tempo para que ele lhe permitisse ficar ali parada, imóvel até que houvesse um aprofundamento maior em toda aquela inquietação!
Sim... ela queria que o tempo seguisse o seu ritmo e não que ela seguisse o ritmo do tempo!
A nova música da Sandy, remete bem o desencontro e encontro consigo mesmo. Bom, pode remeter também ao encontro com um antigo amor, das voltas e aprendizados e até fugas e sofrimentos... tentando viver uma outra vida ou até mesmo passar por um amadurecimento pessoal para então se relacionar, encontrar ou reencontrar alguém.
"Depois de tanto caminhar Depois de quase desistir Os mesmos pés cansados Voltam pra você "
Isso que é o interessante nas letras das músicas, ao mesmo tempo em que fala de um outro, ou relaciona-se a alguém, fala-se também de si mesmo. Como na frase "depois de tanto caminhar/ depois de quase desistir/ os mesmos pés cansados, voltam pra você."
Aqui tanto pode estar dizendo do reencontro com alguém, como o reencontro consigo mesmo, depois de tanto tempo tentando se encontrar. Em outra parte da música, como observado no verso abaixo:
"Eu lutei contra tudo Eu fugi do que era seguro Descobri que é possível viver só Mas num mundo sem verdade"
Nessa parte, conseguimos compreender a questão do dar a volta no mundo, ou seja, fugir de si mesmo, viver de diversas maneiras, errar, passar vivendo vários momentos felizes e infelizes para então se encontrar.
O encontro consigo mesmo poderá vir a acontecer quando aprender a viver só, a não mais fugir do seu centro pessoal, do seu eu interior. Mas, o caminho do "eu interior" é um caminho de pedras, de muito escuro, onde é preciso largar as seguranças da vida que leva e aventurar-se a si encontrar, e com isso, não ter medo de ficar só, pelo contrário, começar a regozijar-se com a própria companhia.
Embora esse caminho seje de pedras, obscuro e de muitas perdas pelas quais de certo se dará, o que se tem a alcançar é de fato, muito maior que a dor da caminhada e o sofrimento do desapego, das perdas e pedras pelo caminho.
Sim, no final do túnel existe uma luz e nada mais é que a sua luz interior e lá está a sua maior fonte de alegria e felicidade.
E esse grande encontro consigo mesmo é o que leva ao encontro com o outro e assim passar a formar laços maduros e sinceros, diria de "humano para humano"!!! Diria também, que é aí que realmente mora a essência do amor... o amor a vida, o amor a Deus, ao universo, o amor ao próximo!!!
8 de junho de 2010
"Enquanto o homem inferior culpa ao mundo e incrimina o seu destino, o homem superior procura o erro em si mesmo." (autor desconhecido)
A minha vida deu um turbilhão. O que está acontecendo comigo?! Por mais próxima que chego... que aproximo de mim mesma, percebo a mentira que eu sou, que fui. Isso me assusta e me comprazi, me entristece e me enche de êxtase. E me leva, me empurra... para algo que eu nunca fui, ou será, que eu sempre fui???
"Há uma vitória e uma derrota - a maior e a melhor das vitórias, a mais baixa e a pior das derrotas -, que cada homem conquista ou sofre não pelas mãos dos outros, mas pelas próprias mãos." Platão, Protágoras Somos responsáveis pelas nossas vitórias e pelas nossas derrotas, somente nós somos responsáveis... Portanto, cada um escreve a sua história lenta ou rapidamente, feita de escolhas certas e escolhas erradas, mas caminhando e tornando-se, - melhor ou pior -, a responsabilidade é de cada um! Me fez lembrar da frase do filosofo existencialista Jean Paul Sartre :
"O mais importante de tudo não é o que fizeram de você, mas o que você vai fazer, com o que fizeram de você."
Quanta responsabilidade em nossas vidas, sermos responsáveis por nós mesmos. Não adianta culpar os outros, os pais, as circunstâncias da vida, a sorte, as oportunidades, o berço de ouro ou não em que você nasceu. Somos responsáveis em dar sentido, em dar cor, vida e alegria a nossa existência! A vida é como uma obra de arte onde o pintor/escultor é o seu próprio ser... e portanto, somente você é capaz de moldá-la, de transformá-la... de criar a mais bela obra! Depende de você! ... Cyn...
Ontem foi o "Dia Mundial do Meio Ambiente". Dia que nos leva a uma tomada de consciência sobre a importância do nosso planeta e o que temos feito para preservá-lo. O que temos feito para que esse planeta continue dando-nos a capacidade de vida e assim poder permanecer até muitas e muitas outras gerações. Se todos no mundo inteiro se conscientizarem, com pequenas atitudes conseguiríamos fazer muito pelo nosso planeta. Bom saber, que, fazendo pelo planeta estamos fazendo pela gente mesmo, pois o planeta é vida e está inteiramente interligado ao ser vivente. Cabe a pergunta: O que temos feito pelo meio ambiente? A responsabilidade é de cada um de nós!
Surge um momento em nossa vida onde tudo que você faz, acredita e segue como verdadeiro e único para você, passa a ser colocado em xeque. Momento que entramos em contato maior com um monte de questões pessoais, intrísecas ao próprio ser que o empurra a tomar determinadas decisões. Bom, isso vale para algumas pessoas e porque não acontece com todo mundo, não entraremos em questão. Mas, para muitas pessoas que procuram originalidade em suas vidas, encontro consigo mesmo, plenitude para o seu ser e o seu viver, a vida lhes cobrarão sensatez, magnitude, brilho no olhar e realização! Essa realização somente será plena ao fazermos o que realmente gostamos de fazer, o que realmente queremos fazer, o que realmente temos os dom para fazer e realizar. Contudo, muitas são as probabilidades de estarmos na vida realizando coisas que não nos convém, que não nos fazem plenamente felizes.
Porque? Porque insistimos tanto em caminhos errados, caminhos que não são nossos, porque temos tanta dificuldade de tomar decisões e assumir realmente aquilo a que equivale a nossa essência? Porque mentimos para nós mesmos? Ou, porque, passamos uma vida inteira a agradar aos outros, fazendo o que eles esperam de nós, nos moldando ao que nos é sugerido e pedido e com isso escondemos a nossa verdadeira essência, o nosso verdadeiro dom? Porque? Porque nos iludimos com os ideais da sociedade de poder e sucesso e tornamos simplesmente máquinas de produção... máquinas de produção de saber, de dinheiro, de sucesso, de falsas felicidades. Seduzidos pelas ondas do momento, pelas modas que nos são sugeridas, assim vamos caminhando para longe... muito longe.... muito longe do caminho que realmente deveríamos percorrer.
Já dizia acho que ditos populares, que o "caminho se faz caminhando", sim, o caminho se faz caminhando e errar faz parte desse caminho. No entanto, digo, que a vida cobra e chega um momento que há o reconhecimento dos erros e até mesmo das mentiras da nossa vida e mesmo assim, insistimos nos mesmos erros.
E como insistimos, em persistir nos mesmos erros desperdiçando grandes oportunidades de nos reencontrarmos conosco mesmos, com nossas qualidades, nossos defeitos e delimitações. Mas, insistimos em ser o que não somos, o que não queremos e a seguir o que não nos trazem verdadeira alegria.... a alegria que vem de dentro!
Paulo Coelho deve ter se deparado profundamente com essa questão do caminho errado e da nossa persistência interior de seguir tal caminho quando comenta:
"Em 1989, eu estava nos Pirineus quando vi um cartão postal: “capela de Gez”, dizia. Abri o mapa, notei que estava perto do monte Gez e resolvi escalá-lo para conhecer a igreja; enfiei na minha cabeça que a cidade ficava no alto – do outro lado da montanha.
Durante horas, subi pelos caminhos mais duros possíveis. Só quando estava próximo do topo, me dei conta de duas coisas: a) eu estava perdido; b) não havia cidade nenhuma em cima do monte (descobri mais tarde que a capela ficava lá embaixo).
Quase morri naquela tarde. De onde tirei a idéia da cidade? Por que não desisti quando vi que não havia nenhuma estrada?
Às vezes, cismamos com certas coisas e só descobrimos o erro tarde demais. Por isso, é sempre bom lembrar-se da frase de Goethe: “Ninguém consegue nos enganar melhor que nós mesmos”."
Sim, "ninguém consegue nos enganar melhor que nós mesmos", e é preciso muita coragem para despir-nos do orgulho de nossa imagem, de nossa falsas inclinações, das máscaras que assumimos durante toda a vida. É preciso muita coragem para admitir que andei errando, errante e assim ir de encontro com o caminho certo. É preciso primeiramente admitir para si mesmo que não está no caminho certo e então enfrentar as criticas e oposições que gostariam de ver-lhe a continuar no caminho errado. Não porque não lhe querem ver feliz, mas simplesmente porque é mais cómodo! A vida é uma só, não existirá outra vida para você ser o que realmente deve ser.... fazer o que realmente deva fazer e se tornar pleno e feliz! A vida é essa e só temos o agora! E ela passa... e como passa... rápido demais!!! Portanto seje aquilo que quer ser... viva aquilo que quer viver... se torne no que realmente nasceu para ser! Como diz Martin Luther King:
"Se você for um varredor de rua, seja o melhor varredor do mundo. Varra as ruas como se fosse Beethoven compondo, Leonardo da Vinci pintando ou Sheakspeare escrevendo. E as pessoas dirão: por aqui passou o melhor varredor de ruas do mundo."
Mas tenha orgulho de ser um varredor de rua, que ao varrer a rua, você possa se tornar pleno.
Que isso seje realmente o que gostaria de fazer, o que lhe confere alegria e um sono tranquilo.
Sei que parece uma idealização num mundo capitalista no qual vivemos, e na era atual onde tudo gira em torno do dinheiro. Mas, é preciso refletirmos acerca do nosso caminho e do que nos torna felizes e do quê queremos para a nossa vida: Quero dinheiro, status, poder, poupando-me da felicidade ou quero uma vida simples e coerente com os meus valores e com isso feliz?
Acredita-se que quando se fz o que realmente gosta e da melhor maneira possível, enche-se de êxtase e as portas se abrem e então o sucesso está aí. A questão então, não é que deva exercer profissões consideradas simples para se realizar, mas fazer o que realmente lhe agrada e alegra e que com certeza haverá dom especial para realizar.
Contudo, o caminho está aí, cabe a cada um refletir, esse é o caminho certo? É o caminho que eu realmente quero seguir? O que me motiva a seguir esse caminho? Estou sendo coerente comigo mesmo? Tenho "dom" para esse caminho? Ou não... esse não é o meu caminho... mas, falta-me coragem para mudar!!!
Nada melhor que iniciar esse blog com uma boa música!! A música me inspira, me transforma, me alegra, me deprimi, me enche de êxtase e até me irrita... enfim, ela acompanha os meus dias, e contudo minhas mudanças de humor e minha imaginação!! "Santa Imaginação"!!
Ao som do estiloso David Bowie (magrelinho imporessionante) - Anos 70/80 que sem dúvida, uma época que marcou com um estilo musical inesquecível!
Sobre ele: ttp://pt.wikipedia.org/wiki/David_Bowie Bye ...Cyn...